Há um silêncio novo no ar — o silêncio das notificações que nunca cessam.
Vivemos cercados de sons, imagens e telas, mas, paradoxalmente, cada vez mais distantes do que realmente importa: a presença.
Você já percebeu quanto tempo do seu dia é vivido diante de uma tela?
E quando foi a última vez que você olhou alguém nos olhos sem distração — sem pressa, sem notificações, sem precisar registrar o momento?
Vivemos um paradoxo.
Nunca foi tão fácil falar com alguém, e nunca foi tão difícil realmente estar com alguém.
Durante a pandemia, realizei com as doutoras Taiane Ritta Coelho e Marcia Hino uma pesquisa sobre obesidade digital. O resultado foi alarmante: o uso excessivo de tecnologia aumentou quase 500%.
Mas o dado mais assustador não é esse número — é o fato de que a maioria das pessoas não se reconhece nele.
“Não, isso não é comigo.”
Mas quantas vezes você se pega rolando a tela sem perceber o tempo passar?
Quantas conversas terminam antes de começar porque a mente já está em outro lugar?
A hiperconexão nos deu a ilusão de companhia.
Avatares ocupam o lugar da presença, likes substituem abraços, e a promessa de proximidade dá lugar a uma solidão silenciosa. Estamos tão on que esquecemos de estar aqui.
Trabalho há anos com autoconhecimento e vejo isso todos os dias: não estamos apenas conectados — estamos saturados.
E, ainda assim, não percebemos.
Achamos normal não ter tempo, achar cansativo encontrar pessoas, preferir conversar com uma tela.
Jovens me dizem: “sair pra beijar dá preguiça.”
Achamos normal viver esgotados — mas não vivos.
Essa é a obesidade digital: uma mente inflada de estímulos e um coração vazio de presença.
A tecnologia virou companhia, o silêncio virou desconforto e a convivência — um luxo.
Mas o que realmente está em jogo aqui?
É a nossa capacidade de sentir, se vincular, amar, estar inteiros.
Quando foi que começamos a achar mais fácil conversar com uma tela do que com alguém ao nosso lado?
Podemos seguir produzindo, postando, simulando…
Mas há algo que a inteligência artificial jamais substituirá: a emoção humana.
É no simples — num abraço, numa conversa sem pressa, numa janta com gosto, num olhar que escuta — que reencontramos a presença.
Respiração. Silêncio. Mente. Corpo.
São esses os caminhos de volta — a reconexão.
Porque, no fim, não é a tecnologia que nos desconecta: é o esquecimento de quem somos quando estamos sem ela.
Nós, psicólogos e psicanalistas, alertamos há tempos:
quando a palavra perde espaço para a imagem, perdemos também a possibilidade de elaborar nossas emoções em profundidade.
Ficamos na superfície, como a espuma de uma xícara — no imediato, no instantâneo.
E, ao vivermos assim, a presença — esse território sagrado entre o eu e o outro — vai sendo substituída por um eco digital.
O digital nos favorece, amplia o mundo, acelera descobertas e aproxima o distante.
Mas a nossa essência continua sendo humana.
E é nela — na pausa, na escuta, no afeto e no vínculo — que a vida reencontra sentido.
Atendo diariamente pessoas, corporações e famílias que buscam um novo olhar sobre si e sobre o outro.
Resgatar a presença é também resgatar a contribuição coletiva, a escuta e o reaprendizado da essência humana.
Nessa trajetória, tenho trazido alternativas que unem tecnologia e humanidade — como games de conexão, capazes de promover reencontros reais dentro do mundo digital.
Se você chegou até aqui, acesse o link e conheça alternativas que podem fortalecer aquilo que existe de mais humano em você.
Até a próxima!





