“Faz anos que estou na mesma função. Não sou promovida, não recebo novos desafios e, pior, nem sei mais o que quero da minha carreira. Isso é normal?” 
Essa frase foi dita por uma ouvinte da Rádio CBN Curitiba — e é mais comum do que parece. 

Como psicóloga clínica e corporativa, recebo diariamente profissionais com essa mesma sensação: a de que a carreira parou. 
É como se, de repente, tudo estivesse no piloto automático. A rotina se repete, o entusiasmo se esgota, e a motivação… evapora. 

A boa notícia é que estagnação profissional não é sentença. 

Mas é, sim, um alerta poderoso.

Estagnação é mais comum do que se imagina 

De acordo com o relatório “State of the Global Workplace 2023” da Gallup, apenas 23% dos profissionais no mundo se sentem engajados com seu trabalho atual. 

Ou seja, a maioria está presente fisicamente, mas emocionalmente distante do que faz (Gallup, 2023). 

Além disso, uma pesquisa publicada pela Harvard Business Review revelou que mais de 50% dos gerentes se sentem esgotados — uma taxa superior à dos próprios funcionários. Isso mostra que a falta de propósito e estímulo impacta todos os níveis organizacionais (Harvard Business Review, 2023). 

E quando falamos do futuro, o alerta é ainda maior: o Fórum Econômico Mundial projeta que 44% das competências atuais mudarão até 2027, exigindo uma reconfiguração profunda de quem deseja permanecer relevante (WEF, 2023). 

Sinais de que sua carreira está parada 

• Zona de conforto constante 

A rotina se repete e você não se desafia mais a aprender algo novo. 

• Falta de reconhecimento ou evolução há anos 

Mesmo buscando se desenvolver, nada muda. Nenhuma nova oportunidade, projeto ou promoção. 

• Relacionamentos desgastados no ambiente de trabalho 

Dificuldades de convivência podem ser reflexo de desmotivação profunda. 

• Cansaço emocional sem explicação 

Sensações como tristeza, desânimo e vazio surgem, mesmo em dias “normais”.

O que fazer para não deixar a carreira estacionada? 

Não se trata, necessariamente, de grandes viradas — como pedir demissão ou mudar de área. 

Pequenas atitudes podem ser o início de grandes transformações: 

• Comece um novo curso, ainda que pequeno; 
• Converse com alguém que você admira; 
• Participe de eventos e palestras; 
• Reative sua rede de contatos; 
• Proponha algo novo dentro do seu trabalho atual. 

Estar estagnado é diferente de estar parado. 

É quando você se esforça, mas não sente progresso. E nesse caso, é preciso questionar: Será que estou no lugar certo? Com as pessoas certas? Me escutando de verdade? 

Três perguntas para desbloquear sua carreira: 

• O que mais me deu energia no trabalho nos últimos meses? 
• O que eu gostaria de aprender se tempo e dinheiro não fossem problema? 
• Quem pode me ajudar a pensar meu próximo passo? 

Atualização e propósito: dois pilares para sair do lugar 

• Atualização constante: Como mostrou o Fórum Econômico Mundial, quase metade das competências exigidas hoje mudará nos próximos anos. A inteligência artificial, por exemplo, não substitui pessoas, mas pode substituir quem não aprende a conviver com ela. 
• Propósito claro: Crescer por expectativas externas pode funcionar por um tempo. Mas, em algum momento, a pergunta vem: “O que EU quero?” — e ignorá-la é desperdiçar a chance de viver uma carreira com sentido. 

Mover-se é a melhor resposta 

A melhor hora para mudar algo na sua vida é sempre agora. 

Crescer na carreira nem sempre é  subir. Às vezes, é parar, refletir, dar um passo para o lado — e só depois seguir em frente, com mais clareza. 

Se esse artigo te tocou de alguma forma, recomendo que ouça a edição do dia 26.03.25 da minha coluna Carreira e Mercado de Trabalho, na CBN Curitiba, onde aprofundei esse tema. 

Vamos juntos romper o ciclo da estagnação e construir uma carreira com mais sentido e propósito. 

#EscutaADaniNaCBN  e até a próxima!