Quando falamos em motivação, é comum pensarmos em frases de efeito, palestras inspiradoras ou recompensas externas. Mas será que é isso, de fato, que move as pessoas todos os dias – no trabalho, em casa, na vida?
Essa é uma pergunta que interessa tanto a líderes de equipe quanto a pais e responsáveis por jovens em formação. Afinal, os ambientes profissional e familiar estão em constante diálogo: é em casa que surgem os cidadãos e futuros executivos que chegam às empresas e ao mercado em geral.
E a verdade é simples: ninguém motiva ninguém. O papel do líder – seja no trabalho, em casa ou mesmo entre amigos – não é “empurrar” motivação, mas criar condições para que ela floresça.
Motivação intrínseca x extrínseca
A ciência e a prática mostram que existem dois tipos de motivação:
• Extrínseca: vem de fora – benefícios, reconhecimento, salário, modelo de trabalho (híbrido, remoto) e assim por diante.
• Intrínseca: nasce de dentro – propósito, aprendizado, sentido.
Ambas são importantes. Mas é a motivação intrínseca que sustenta o engajamento a longo prazo. É ela que faz alguém continuar crescendo mesmo depois de uma conquista ou persistir quando surgem desafios.
O que as pesquisas revelam
Nos últimos anos, diferentes estudos têm reforçado esse ponto:
• A consultoria McKinsey identificou que quem encontra significado no trabalho é até 5 vezes mais engajado e 4 vezes mais propenso a permanecer na empresa.
• Para a geração Z, propósito e identificação com os valores da organização são determinantes na hora de escolher onde permanecer.
• O salário, embora relevante, costuma aparecer apenas como o quinto item quando o assunto é satisfação profissional.
Ou seja: pagar bem é importante, mas não basta. O que mantém a motivação viva é o sentido do que se faz e o impacto que isso gera em quem faz.
O desafio das empresas
Hoje, o grande desafio das organizações não é apenas oferecer remuneração competitiva, mas equilibrar qualidade de vida, cultura organizacional saudável e propósito.
Isso exige compreender que a forma de inspirar e engajar também mudou. Flexibilidade de agenda, modelos híbridos ou remotos e a valorização do equilíbrio entre vida pessoal e profissional se tornaram tão ou mais atraentes do que benefícios tradicionais.
Por isso, precisamos de líderes preparados para equilibrar resultados com humanidade, metas com propósito.
E os jovens que estão começando sua vida profissional?
Trabalhando com empresas e famílias na orientação de vida e carreira, percebo diariamente: jovens não querem apenas uma carreira “segura” ou uma profissão tradicional. Eles querem espaço para se conhecer, experimentar e descobrir o que realmente os move.
Muitas vezes, pais e responsáveis acreditam que basta oferecer uma boa escola ou indicar uma carreira.
Mas, para que esses jovens se engajem de verdade, precisam de liberdade – ou melhor, estímulo – para testar, errar e aprender.
O papel de líderes e pais
• Ouvir de verdade: compreender sonhos, intenções e valores.
• Inspirar pelo exemplo: não apenas falar, mas viver coerentemente.
• Dar segurança e autonomia: oferecer estrutura, mas também liberdade para experimentar.
• Reconhecer conquistas: grandes ou pequenas, elas alimentam o desejo de continuar.
A grande virada
Motivar não é convencer alguém a fazer mais. É inspirar a pessoa a acessar o desejo de crescer e contribuir.
Esse é o verdadeiro motor da motivação: o querer mais – mais aprendizado, mais resultados, mais experiências.
Quando líderes e pais entendem isso, deixam de ser cobradores e se tornam facilitadores do florescimento humano.
Esse assunto nunca se esgota!
👉 E você, já parou para pensar no que realmente te move – no trabalho, em casa, na vida?
Ter isso claro pode lhe poupar tempo, energia e até recursos. Pode evitar viver sem norte e trazer mais presença às suas escolhas – e até às não escolhas que faz.
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Esse foi o tema da minha coluna na CBN Curitiba. Você pode acessar e ouvir a interação completa com os ouvintes clicando aqui.
Até a próxima!