Conversando recentemente com a presidente de uma associação comercial no interior do Mato Grosso, ouvi uma frase que vem ecoando em diversos cantos do país:
“Não estamos conseguindo reter pessoas… na verdade, nem temos candidatos que se inscrevam nas vagas.”
Sim, a realidade é essa.
Falamos muito sobre capacitação de lideranças, sobre a importância de recrutar, selecionar, contratar, integrar e desenvolver pessoas. São inúmeros programas, formações e iniciativas.
Mas hoje, o desafio começa antes: tem faltado gente interessada em entrar no mercado de trabalho.
Fico pensando que a primeira empresa que montei foi aos 16 anos, inspirada pelo desejo profundo de ter uma vida independente e construir algo meu.
Voltando ao curso deste artigo:
Não falo de mão de obra altamente qualificada. Refiro-me ao básico — não temos jovens dispostos, na atualidade, a aprender um ofício, dar o primeiro passo, iniciar uma trajetória profissional.
E muitos têm resistido a isso. Seja por expectativas distorcidas, inseguranças, falta de referência, excesso de estímulos digitais ou a crença de que a carreira nas redes sociais é o único caminho possível.
Somado a isso, há um pano de fundo maior, que precisa ser dito com cuidado: as transformações sociais, econômicas e educacionais das últimas décadas criaram um desalinhamento profundo entre o que o mercado busca e o que os jovens percebem como horizonte.
Há regiões que perdem talentos para polos industriais distantes, outras que não conseguem gerar oportunidades locais, e uma juventude que, muitas vezes, não enxerga perspectivas claras.
Não se trata de apontar culpados — e sim de reconhecer que existe um ecossistema complexo que influencia o cenário atual e que exige novas leituras, novas respostas e novas formas de construir futuro.
Empresários começam a agir por conta própria
Em alguns estados, empresários têm trazido trabalhadores do Norte e do Nordeste para suprir vagas básicas. Oferecem moradia, alimentação e suporte por um ano, porque simplesmente não há candidatos locais.
Esse movimento, que era exceção, começa a se repetir.
E ele revela algo preocupante: estamos desconectando nossos jovens do mundo do trabalho.
E o impacto emocional?
O trabalho não é apenas renda. Ele organiza a vida — inclusive a psíquica — estrutura rotinas, fortalece a autoestima, gera convivência, amadurecimento e responsabilidade.
Sem isso, muitos jovens perdem:
- o senso de contribuição;
- a capacidade de viver em equipe;
- a experiência de se desenvolver gradualmente;
- a chance de ampliar visão, ser crítico e construir propósito.
O vazio deixado pela ausência de trabalho não é apenas econômico — é psicológico, social e familiar.
É daí que nasce minha paixão por trabalhar com jovens
Foi olhando para tudo isso que nasceu o programa EU TRABALHO NO BRASIL, um movimento social que idealizei para orientar jovens sobre futuro, escolhas, carreira e responsabilidade — sempre com afeto, realidade e propósito.
Conecto empresários que contam suas trajetórias.
Mostro o que o mercado espera.
E envolvo pais e educadores, porque formar jovens é, e sempre será, um trabalho compartilhado.
Afinal, a vida real não está na tela do celular.
Ela está nas escolhas, nos aprendizados, no esforço, na persistência, na determinação, na convivência e no desenvolvimento contínuo.
Quer conhecer essa iniciativa?
Estamos chamando pessoas, empresas e investidores que queiram doar tempo, abrir portas, financiar ou simplesmente apoiar essa causa tão urgente.
Precisamos, sim, reter a mão de obra atual.
Mas precisamos também, e com urgência, resgatar nossos jovens, inspirá-los, orientá-los e ajudá-los a se tornarem cidadãos capazes de participar de um país que precisa mudar, e que precisa deles.
Eu sou Daniela Leluddak, empresária, empreendedora social e apaixonada pelo Brasil, pelas pontes que podemos construir e por conectar pessoas aos seus verdadeiros talentos e propósitos.
contato@caddan.com.br | 41-9534 3986
Porque, no fim das contas, o futuro de um país não se constrói apenas com políticas públicas, ele se constrói com pessoas.
E cada jovem que resgatamos hoje é uma oportunidade de transformação para o amanhã.
Seguimos juntos, abrindo caminhos, reconstruindo perspectivas e lembrando a todos que o trabalho é mais do que uma ocupação: é uma forma de pertencimento, dignidade e vida em movimento.
Que possamos inspirar uma geração inteira a acreditar novamente no próprio potencial e no Brasil que estamos destinados a criar.





