Quando falamos sobre as carreiras em alta para 2026, a primeira reação costuma ser olhar para a tecnologia. E com razão: segurança da informação, ciência de dados, arquitetura de software… profissões repletas de termos quase interestelares, que parecem anunciar que o futuro pertence apenas aos códigos e algoritmos.
Mas há algo mais profundo, e muito mais humano, acontecendo no mercado de trabalho brasileiro.
Algo que não aparece na superfície, mas que quem vive dentro das organizações percebe como um sinal subterrâneo: não é só sobre profissões. É sobre pessoas capazes de aprender, desaprender, reaprender e se relacionar num mundo que muda rápido demais.
Essa é a verdadeira disrupção.
Diversos estudos reforçam uma mesma fotografia: setores como engenharia, finanças, jurídico, recursos humanos, vendas, mercado financeiro e seguradoras seguem aquecidos, com boa oferta de oportunidades.
Mas todos enfrentam a mesma dor:
Não falta gente. Falta gente preparada de verdade.
Não é escassez numérica, é escassez qualitativa.
E 2026 escancara uma verdade que não é nova, mas agora ficou impossível de ignorar: o mercado está contratando conhecimento, mas está demitindo comportamento.
As empresas querem engenheiros que inovem e colaborem.
Analistas financeiros que dominem IA e interpretem cenários com sensibilidade.
Líderes jurídicos estratégicos e éticos, adaptáveis, capazes de ouvir.
A tecnologia segue avançando, mas a era humana voltou a ocupar o centro do palco.
E por trás dos relatórios, surge um movimento silencioso e poderoso: todas as áreas, sem exceção, buscam inteligência emocional, comunicação clara, visão de negócio, protagonismo e maturidade relacional.
A tecnologia não veio para nos substituir.
Ela veio para nos exigir outra coisa: crescimento real.
No RH, nunca houve tanta demanda por profissionais que saibam ler pessoas, sustentar cultura e integrar equipes.
No jurídico, a negociação se equipara ao domínio técnico.
Em finanças, pensamento crítico vale tanto quanto a análise numérica.
E em tecnologia, os maiores salários estão indo para quem sabe traduzir complexidade para o resto da organização.
É como se o mercado nos dissesse:
“Eu preciso que você entenda sistemas… mas preciso ainda mais que você entenda pessoas.”
Este é o Brasil de 2026: um país com índices baixos de desemprego, mas com um enorme apagão de qualificação técnica, emocional e comportamental.
E isso abre espaço para algo precioso: quem investir em autoliderança, comunicação, consistência e colaboração será um dos profissionais mais disputados em qualquer área.
Os relatórios apontam carreiras do futuro, mas quem decide o futuro da própria carreira somos nós.
E esse futuro passa pela habilidade mais antiga e mais essencial de todas:
Ser completo. Técnico quando necessário, humano sempre.
Esse foi o tema da minha coluna Carreira e Mercado de Trabalho na CBN Curitiba. Clique aqui e escute.





