Início esse artigo te pedindo algo simples: anote aí.

São cinco comportamentos diários que moldam — para o bem ou para o mal — a sua saúde integral:

➡️ sono

➡️ alimentação

➡️ movimento

➡️ gerenciamento do estresse

➡️ conexão

Ok… e daí?

Aqui estou, escrevendo sobre sono… e você pode até se perguntar:

“Mas o que isso tem a ver com liderança, tomada de decisão, sabedoria prática, composição de times e com a vida que quero levar?”

Pois é: tem a ver com absolutamente tudo.

Trabalho justamente com o humano em todas as suas arenas — nas empresas, nas famílias, nas carreiras, nos espaços onde a vida insiste em pedir presença, clareza e responsabilidade.

E quando falamos de atuação, performance, propósito, legado, qualidade das relações, inovação ou até conflitos… existe uma variável silenciosa que atravessa tudo isso:

O sono.

Sim, o sono — esse fator básico, negligenciado e profundamente determinante — está diretamente ligado à preservação do cérebro.

Ou, sendo ainda mais clara: o sono está ligado a não acelerar sua demência, preservar a qualidade das sinapses, evitar atrofias, manter seu cérebro funcionando e “limpo”.

O seu cérebro.

Aquele que você usa para conduzir uma empresa, gerir uma família, tomar decisões críticas, dirigir, respirar, fazer escolhas práticas, enxergar o óbvio e o não dito, equilibrar emoções, liderar transformações e sustentar a sua própria existência.

Por que falar disso agora?

Porque esta década está obcecada pela preservação do coração: colesterol, obesidade, doenças cardiovasculares…

(e tem funcionado).

Mas, enquanto isso, os índices de demência e declínio cognitivo crescem em um ritmo que — no mínimo — desperta curiosidade.

E, no máximo, acende um alerta imediato.

No meu trabalho corporativo e clínico, tenho visto algo muito concreto: aumentou muito o número de famílias que convivem com algum grau de demência — leve ou avançada — em pelo menos um de seus membros.

Não é “estatística fria”. É o que aparece, diariamente, na minha frente.

Eu gosto de pesquisa (faço muitas). Mas, neste caso, a própria vida já está dando o aviso.

E o que os estudos têm mostrado?

Que nossos comportamentos diários têm mais impacto na saúde do cérebro do que imaginávamos.

💠 Exercício importa

💠 Nutrição importa

💠 Conexão social importa

💠 Gestão do estresse importa

E, surpreendentemente, o sono segue sendo ignorado — por pesquisadores, profissionais, líderes ocupados, por todos nós.

Mas a ciência é cristalina:

– Durante o sono profundo, o cérebro “lava” toxinas como a beta-amiloide, associada ao Alzheimer.

–  Noites curtas aceleram o envelhecimento cognitivo.

–  Distúrbios de sono estão ligados à perda de memória, pior tomada de decisão, irritabilidade, confusão mental e maior risco de demência.

E como isso atravessa empresas, famílias e a sua vida?

De forma brutal.

Sono é estratégia.

Sono é prevenção.

Sono é gestão.

Sono é inteligência emocional e cognitiva.

Porque pessoas — especialmente líderes — privadas de sono:

• reagem pior às tensões
• têm menor empatia
• percebem menos nuances
• cometem mais erros de leitura de pessoas
• perdem criatividade e flexibilidade mental
• tomam decisões mais impulsivas
• escalam conflitos em vez de mediá-los

Ou seja:

Líderes e pessoas que dormem mal… tendem a conduzir suas áreas, suas relações e a si mesmas com mais dificuldade.

Famílias que dormem pouco… convivem menos.

Profissionais que ignoram o descanso… acabam se afastando da sua melhor versão — física, cognitiva e emocional.

E aqui entra meu trabalho

Quando acompanho pessoas em posições diversas — presidentes, famílias empresárias, líderes de áreas ou jovens — não observo apenas planos de sucessão, estruturas, equipes, cultura ou metas.

Eu observo a pessoa no centro da equação.

E a qualidade do sono me diz mais sobre o futuro daquela liderança do que muitos indicadores formais.

Porque o sono é o momento em que o cérebro reseta, organiza, renova e preserva.

É onde a sua essência respira.

O que você pode fazer HOJE para retardar problemas no seu cérebro?

Passos simples — e profundamente transformadores:

– Desligue-se das redes sociais e use parte do tempo para pensar por conta própria.

Vai incomodar no começo… mas funciona. #escutaadani

– Alimente-se de forma mais saudável.

Interesse-se genuinamente pelo que você ingere.

– Leia, escute música e dance.

Na Comunidade Reconectai tivemos uma palestra linda sobre isso com Aline Hass.

– Procure grupos improváveis para conviver (clube do tricô, golfe, bonsai, história da arte…).

A variedade de estímulos é terapêutica.

– Visite exposições de arte.

Arte reorganiza percepções — é transformador.

– Cozinhe.

Cozinhar regula o ritmo interno.

– E conviva com pessoas que te acrescentam.

Relações nutritivas são neuroprotetoras.

Tudo isso renova a mente, expande percepções e protege o cérebro.

E por favor: procure um médico clínico geral que realmente se interesse por você.

Uma parceria médica ao longo do tempo tende a ser transformadora quando pensamos em longevidade com qualidade.

Assim como a psicoterapia — coloque na lista.

Escuto muitas pessoas elogiarem seus mecânicos como se fossem salvadores dos carros…

E penso:

Quem está fazendo a “manutenção” da sua vida? Do seu corpo? Do seu cérebro?

Cuide-se. Cuide do que te sustenta.

Cuide do que te mantém lúcido, presente e vivo.

Até a próxima!